20 de janeiro de 2011

Tirando o pó de um diário...


Após algum tempo é importante recordar, abrir aquele pequeno caderno de folhas gastas e que nem a meio vai, mas que está marcada com os momentos mais especiais da minha vida. Talvez o dia em que falei a primeira vez contigo, ou a nossa primeira briga. Sentimentos confusos como o amar, respeitar, traição, ódio e felicidade...que para muitos são fáceis de viver, mas para os outros são dificies. Deparei-me com aquela página, velha...gasta...tinta meia apagada...a data não a vejo, apenas sei que é do ano 2003, ano em que desapareceste da minha vida....Dificil...por tanta coisa eu passei e por muitos momentos me lembrei de ti, lembro-me de relembar com aquela nossa amiga especial os momentos que passamos todas juntas...embora eu mais timida e não me envolvesse tanto, por ter medo das emoçoes que poderia sentir, ainda consegui partilhar contigo, desde o primeiro sorriso que te dei até ao ultimo abraço. Eramos muito felizes naquela altura...
Os anos foram passados, fomos crescendo apartadas uma da outra...a viver a vida da nossa maneira. Sei que aproveitaste a tua muito melhor que eu aproveitei a minha. Acho que nunca tiveste medo de viver...mas eu sim...
Tinha medo de sair da minha concha, de rir com os outros e experimentar novas emoções...eu era frágil, pura, medrosa...e não tanto como tu eras...corajosa...e desejosa de rir sem parar...não importasse a ocasião...estavas sempre pronta a rir...Faltavas-me tu naqueles anos todos que passaram...naqueles 7 anos sem o teu riso...

Mas o destino pregou-nos a sua partida, lá estavas tu....naquele dia...fiquei confusa ao primeiro. Era como se te conhecesse á imenso tempo, como se...eu soubesse como irias reagir aquilo...fiquei curiosa...aproximei-me. Não procurei nas paginas do meu diário o que tinhas significado para mim no passado...até aquele dia! "Ah! Sabes uma coisa! Nós andamos juntas na catequese! Tão giro, encontramos nos tanto tempo depois!" , o meu coração parou naquele momento e depois começou a bater forte. Eu não queria querer no que estava a ouvir...eu conhecia-te! Parece que aquele sentimento confuso sempre tinha as suas razões...eu recuperei-te. Lembro-me de chegar a casa, olhar para a minha mãe e quase desatar a chorar...Não tive de começar tudo de novo, naquele ambiente estranho...eras o meu pilar na nova escola e turma...o meu pilar feminino naquele mundo desconhecido e que nunca pensara em explorar...

Eras a minha confidente naqueles dias e ainda a continuas a ser...a ti te contei coisas que demorei anos a contar a outras. Estimo-te tanto que nem o consigo expressar em acções e palavras...pode ser que com esta pequena oferenda possas compreender a maior parte do meu sentimento por ti...

Aprendi tanto contigo, mais do que tinha aprendido no passado. Aprendi a rir-me abertamente, a confiar nos outros, a não esconder os problemas que me abalavam...a chorar quando precisava e acima de tudo...aprendi que nunca é tarde...mas mesmo nunca é tarde para encontrar um velho amigo...